Ok, são apenas 12 episódios. Ok, essa é a última temporada. Mas acho que nunca vou me acostumar à velocidade com que as tramas de Dexter acontecem. Nosso serial killer acaba de conhecer a mulher que ajudou a criar o Código de Harry e prontamente acredita em tudo o que ela diz. Tudo bem que ela tinha os vídeos como prova. Mas isso era motivo para permanecer em sua casa e ouvir toda a história sem muitos questionamentos? Isso era motivo para tomar a rápida decisão de ajudá-la?
Agora Dra. Vogel é a mais nova amiga de Dexter. Ou melhor, a psquiatra é a mais nova mãe do herói. Como Dexter é uma pessoa muito caridosa, resolveu ajudar sua nova mamis. Mas pelo visto o novo assassino de Miami parece ter muitos motivos para provocar a doutora. A metáfora dos assassinatos é bem clara: O assassino coage pessoas a matar suas vítimas. Tudo bem parecido com o que Harry e Vogel fizeram com Dexter. Condicionaram o garoto a um código e decidiram quem ele podia matar.
O plot mamãe e filhinho pode até render boas metáforas e cenas, mas não acredito que se aprofunde muito. Visto que a cena na qual Dexter conhece quem construiu o seu modus operandi não durou mais que cinco minutos. Para mim a doutora vai descambar de uma vítima em potencial para a grande vilã da temporada. Mas vamos aguardar. E por falar em filhinho… Onde está Harrison? O garoto que teve até um papel interessante no último episódio, representando um pé no saco do papai, simplesmente desapareceu neste episódio.
“Talk to me, Deb”. Ai como eu queria ouvir isso da boca de Dexter há temporadas atrás. Me lembro muito do primeiro ano do show, quando Deb vivia pedindo isso ao irmão: “Talk to me, Dexter”. Mas agora os papéis se inverteram e a policial continua sua saga de ignorar o irmão, plot que eu adoro, diga-se de passagem.
Deb não se abre mais com Dexter, nem mesmo nos momentos em que precisa de sua ajuda. Depois de descobrir o segredo do irmão e matar LaGuerta, a detetive se perdeu totalmente e está vivendo a vida loucamente. Deb perdeu o respeito pela vida humana e mata sem pensar, e sem nem mesmo cobrir seus rastros. E como foi triste vê-la entrar na Miami Metro daquele jeito. Nesse momento pintou meu lado saudosista, de quando a série era boa e Deb fez de tudo para crescer no departamento de polícia. É triste ver a deteriorização da personagem e saber que ela voltou ao seu local de trabalho para ser interrogada.
Quanto aos coadjuvantes, bem… continuam descessários. A não ser Quinn, que pode representar algum papel importante para Deb. Pelo visto ele não esqueceu a ex-namorada e tentará ajudá-la. Resta saber se o policial terá forças suficientes para tirar Deb do buraco profundo onde se enfiou.
Mas a aproximação super veloz de Dexter com a doutora me incomoda muito. Chega a ser ridículo ver um homem inteligente, um assassino frio e calculista se colocar prontamente a ajudar uma mulher que ele nunca viu na vida. Essas garotices de Dexter sempre me incomodam. E pelo visto a doutora vai querer entrar fundo na mente do serial killer e, principalmente, entender o relacionamento dele com Deb. Por enquanto Dexter está deixando a irmã fora do papo, mas até quando? A loucura de Deb pode vir a atrapalhar a vida do serial killer e, consequentemente, os planos de Vogel de ter a ajuda de Dex. Para mim a psiquiatra vai servir mais para unir ou separar de vez os irmãos.
E este foi o primeiro episódio dirigido por Michael C. Hall. O ator está há tanto tempo na trama e tão à vontade que resolveu assumir a direção. O teste foi bom, mas não deixou nenhuma marca pessoal. O episódio seguiu a linha tomada pelo show, mas foi bom ver o ator explorando outras áreas.
*Bateu uma saudade imensa do início da série quando a trilha incidental da trama é executada na cena onde Dexter encontra o provável assassino morto na cabana de caça. É uma pena que a trilha sonora foi pouco a pouco sendo deixada de lado ao longo dos anos da série.
Por Débora Anício