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REVIEW: Dexter (S08XE05 – This Little Piggy)

29 jul
O episódio começou com uma terapia de família

O episódio começou com uma terapia de família

Desnecessário, essa é a palavra que melhor define este episódio. Foram pouco mais de 40 minutos de plots desnecessários e desinteressantes. A cena inicial, dos dois irmãos sentados lado a lado e sendo confrontados pela figura materna, foi patética em termos de trama, mas até interessante no ponto de visto técnico, se é que posso chamar assim. Aquela tomada de câmera pouco usual na série se encaixou muito bem naquele momento. Pena que dramaticamente essa passagem não deixa muita coisa ao fã além de vergonha alheia.

Não entendo por que Deb se sujeita ao julgamento de Vogel. E nem por que Dexter acha que ela pode consertar seu relacionamento com a irmã. Ok, foi a doutora quem criou o código que guia a vida de Dexter, mas ela não deixa de ser uma total desconhecida pelos irmãos Morgan por causa disso.

A tentativa de double date é tão irrelevante que só vai merecer esta frase e esta foto na review (até demais, eu sei).

Jamie tenta arranjar uma namorada para seu patrão num ridículo double date

Jamie tenta arranjar uma namorada para seu patrão num ridículo double date

Voltando às tomadas de câmera, que parece que foram as únicas coisas legais desse episódio, destaco também a chegada de Dexter na Miami Metro. A cena onde ele sai do elevador com a câmera acompanhando o movimento de sua cabeça e a trilha incidental de fundo me fez lembrar muito os primeiros e bons anos da série. Já que a história não salva, nada melhor do que apelar pra memória afetiva dos fãs. Parabéns por isso, Showtime.

O sequestro de Vogel era tão óbvio que não sei porque Dexter e Deb ficaram surpresos. A mulher tava sendo perseguida e recebendo presentinhos do assassino serial da vez e era ÓBVIO que em algum momento o bad guy atacaria a doutora. É totalmente sem sentido ela permanecer tranquila em sua casa e não recorrer à proteção policial ou de uma empresa de segurança qualquer.

Episode 805

Também tivemos nesse episódio o desenrolar de mais uma investigação da polícia, fato que eu desprezo completamente, assim como o plot Quinn podendo ser sargento.

O episódio foi fraquíssimo e não trouxe nada de novo, pelo menos nada interessante e que acrescente à trama principal. Os vilões deste ano são fraquíssimos. Os assassinos e assassinatos são triviais e não assustam ninguém. Vogel, que tem potencial para colocar medo e provocar algum caos, até agora é apenas a figura maternal chata e sem sentido.

Ao fim desse episódio é que vi o quanto os produtores da série continuam covardes, mesmo no ano derradeiro de Dexter. Os vilões, assassinos, crimes e a velha fórmula não funcionam mais. Não dão medo. Não assustam. Não parecem mudar nada na vida do personagem. Na minha opinião, a única coisa que traria um suspiro de dignidade à série seria a descoberta (pela polícia) de quem Dexter é. Acho que só a fuga de Dexter da justiça traria algum aperto no coração ou medo pelo que pudesse acontecer, já que os vilões dos últimos anos são muito fracos e não chegam nem perto de ameaçar o super-herói Dexter (este superman sem kriptonita criado pelos produtores que não souberam manter a essência do personagem ao longo dos anos).

Agora os irmãos Morgan são parceiros de profissão/crime

Agora os irmãos Morgan são parceiros de profissão/crime

– Masuka e a filha. Harrison e o desenho. Batista e o novo sargento. Jamie e seu namoro nonsense com Quinn. Nada disso me interessa, sorry!

– E que chroma key horroroso da cena final. Era visível que os atores não estavam em alto mar, mas apenas num verde cenário de um estúdio em Los Angeles.

– E como Deb voltou rapidamente a correr atrás do irmão. O ódio durou três episódios e meio, como esperado por mim.

– E por que cargas d’água Dexter ainda não mudou a foto de Deb em seu celular? A imagem é a mesma da primeira temporada. Por favor né, Dexter! A mulher já passou por diversos cortes e cores de cabelo. Muda essa foto aí.

– E há algo que esqueci de citar na review anterior: A saída de Deb de seu inferno astral foi mostrada pela trama com a mudança do cabelo da personagem. É incrível isso. É super fácil parar de beber. É tranquilo se livrar do vício de cocaína. Mas fácil mesmo é fazer uma escova logo depois que você começa a ser tratada por uma mulher que você nunca viu na vida e que ainda por cima criou o código que guia a vida de seu irmão assassino

 

Por Débora Anício

REVIEW: Dexter (S08XE04 – Scar Tissue)

23 jul

Dexter

 

 

Desde que comecei a assistir Dexter já passei pelas mais diversas sensações. Surpresa, medo, apreensão, alívio, alegria, tristeza, vergonha, nojo, etc. Mas confesso que agora não sei com qual sensação estou depois de ver os quatro primeiros episódios dessa temporada. Vou tentar esquecer as tramas e sua profundidade (que foi jogada pra escanteio há anos pelos produtores do show) e me ater à dinâmica do episódio do último domingo, “Scar Tissue”. Ou melhor, me ater a sequência incrível de cenas mal produzidas, dirigidas e montadas.

O episódio começa com um flashback do fatídico final da 7ª temporada, quando Debra atirou em LaGuerta para proteger seu big brother. Achei isso bem desnecessário, afinal não tenho a menor vontade de rever as coisas absurdas que aconteceram nas temporadas 5, 6 e 7. E também é surreal que Deb tenha aceitado a ajuda de Vogel. Como ela topa ser tratada pela mulher que criou o monstro Dexter, mostro esse que ela agora quer fora de sua vida? Como, depois de acordar do sono causado pela agulha do irmão e de ser algemada ao sofá de sua casa, uma pessoa aceita tranquilamente a ajuda de alguém que nunca viu na vida?

Vogel é a mais nova terapeuta de Debra

Vogel é a mais nova terapeuta de Debra

Quanto ao assassinato onde a equipe da Miami Metro está trabalhando… confesso que não dou a mínima. Nem sequer me preocupei em ler as legendas neste momento, mas acho que a leitura não ia fazer a piada de Masuka mais engraçada.

E o que dizer do amor repentino de Dexter pela irmã? Já disse e repito, Deb sempre foi essencial pra vida dele e sempre torci para ela rejeitar o irmão e deixar Dexter se rastejando atrás dela. Mas agora isso parece acontecer de forma artificial e sem nenhum propósito. Dexter sempre trocou Deb pelo primeiro desconhecido ou potencial vítima que aparecia pela frente, e hoje chega a ser patético a forma como ele, do nada, ama incondicionalmente a irmã. Cheguei até a visualizar uma certa romantização na cena onde eles se encontram fora da delegacia, achei que ia ter um abraço depois daquela ceninha.

O plot de Harry ter tido ajuda profissional para criar o código moral do filho pode até ser interessante, mas é inaceitável isso aparecer apenas na última temporada, já que nunca houve pistas disso. Não deixo de pensar que isso foi uma solução de última hora de uma equipe de roteiristas que não sabia mais o que fazer com o herói.

Sempre foi fácil e sempre será

Agora vamos às saídas fáceis. Entrar na casa de um desconhecido sempre foi mamão com açúcar para Dexter. Mas o que dizer das pistas que são jogadas na cara do protagonista? O que dizer da fotinha de sua nova vítima ao lado do pai, do calendário com o nome do asilo onde o velho está, e da patética repetitiva analogia com a situação da vítima com a do assassino (“Parece que Yates achou um jeito de manter sua família em sua vida. Será que vou conseguir fazer o mesmo com Deb?”)?

Potencial nova namorada eu não comento. Já basta ter aturado Lumen e Hannah.

Muitos fãs não gostam do Quinn, mas até que estou simpatizando com o personagem. Ele ainda gosta da ex e continua tentando ajudá-la, defender sua honra ou voltar pra ela, sei lá. Mas por incrível que pareça, Quinn parece o único personagem centrado deste ano. E o único que nos faz lembrar o quanto Deb era (ou é) incrível.

Agora Masuka tem uma filha

Agora Masuka tem uma filha

A cena onde Masuka conhece sua filha é desnecessária em tantos níveis diferentes que prefiro nem me aprofundar no assunto.

O “coleguismo” entre Debra e seu chefe só pode render duas coisas: ou o cara é vilão ou os dois vão se pegar. Qualquer coisa diferente disso fará Elway ser mais uma peça sem uso no tabuleiro.

Fórmula desgastada

Dexter é um monstro e quer manter sua família longe dessa realidade. Ele se sente sozinho. Conhece uma pessoa que parece entendê-lo como ele realmente é. Dexter ajuda essa pessoa que conheceu há dois minutos sem pestanejar, nem que pra isso tenha que pisar na cabeça de seus familiares. Dexter mata todos os inimigos de seu novo amigo. Dexter descobre que seu novo amigo o está usando. Dexter fica puto e decide se livrar do novo amigo ao perceber que sua vida ou a de seus familiares está em risco. Dexter tenta se aproximar de sua família, se afastar do novo amigo e, preferencialmente, matar seu novo best friend forever.

Esse foi o plot usado em sete anos, e obviamente ele não seria trocado agora. O serial killer descobriu que é tema de um livro de Vogel e ficou putinho da vida e quer a nova mamãe fora de sua vida. Que original!

Falhas incríveis

Dexter faz uma armadilha para pegar sua nova vítima NUM ASILO. Liga do local para o filhinho mentindo que seu pai está morrendo e o cara chega diretamente no quarto, ou seja, não é necessário passar pela administração ou correr atrás de um médico ou enfermeira para saber o que está acontecendo com o seu pai. O filho vai direto ao quarto e encontra o protagonista, que depois de ver sua vítima fugir pela janela se esconde ATRÁS DA PORTA e não é mais visto por ninguém. Poderia dizer que não, mas já sabia que Dexter adquiriu poderes de invisibilidade há muitos anos.  

Por incrível que pareça, Quinn é o único personagem com dignidade na série

Por incrível que pareça, Quinn é o único personagem com dignidade na série

Lado bom

Quinn novamente, por incrível que pareça ele está sendo a única coisa legal deste ano. A cena onde ele e Deb conversam foi muito interessante, digna e cheia de nostalgia. Foi bom ver os dois conversando normalmente, Deb reconhecendo o que o ex tem feito por ela. Isso nos deu uma amostra de quem Debra costumava ser. Ver os dois abraçados me fez lembrar de uma época em que as coisas faziam sentido. Ok que Quinn não é lindo e não é o namorado perfeito, mas sempre achei que os dois juntos faziam muito sentido como um casal. Mas por que Deb está chamando ele de Joey, se quando os dois se conheceram, ficaram amigos, namoraram e até moraram juntos ela só chamava o cara de Quinn? Acho que os novos roteiristas não viram as outras temporadas direito. É um detalhe bobo, eu sei, mas tem que ter coerência né, gente?!

Episode 804

Lado ruim

Na verdade a cena final foi apenas mais uma de uma sequência de coisas ruins. Deb tentou se matar e levar seu maninho junto, daí foi salva e resolveu salvar o irmão também? Essa foi a mesma situação onde matou LaGuerta, ela não precisava ir ao contêiner, mas foi. Ela não precisava causar esse estúpido acidente, mas causou. Mas por que não foi até o fim? E por que o pescador que a salvou não correu atrás de Dexter? Como uma pessoa que acabou de sofrer um acidente e quase se afogou tem forças para retirar um homem daquele tamanho de dentro de um carro afundado? Essa são perguntas que certamente não serão respondidas.

 

Por Débora Anício